quarta-feira, 11 de julho de 2007

Paris, Jet´Aime


Nunca estive lá, mas sempre tive interesse em estar. É a famosa Cidade Luz, tem fama de cidade do amor, dos amantes e por aí vai, mas, na prática, nós, brasileiros, devemos ser imensamente mais calorosos que eles, portanto, o “amor” talvez não seja o real motivo para despertar paixão em mim (nós) por Paris.

Paris, Jet´Aime é encantador! É capaz de mostrar uma Paris que chama menos atenção para sua “fama” e mais para histórias comuns sobre diferentes tipos de amores vividos dentro desta cidade.

São 18 curtas de grandes diretores de todo o mundo, que em alguns momentos dialogam, em outros não se encaixam tão bem, são absurdamente fantásticos e outros bem menos, mas não perdem a sua graça, afinal, estamos falando do envolvimento de nomes como Gus Van Sant (Gênio Indomável), Walter Salles (Diários de Motocicleta e Abril Despedaçado), Alfonso Cuarón (E sua mãe também e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) e os irmãos Coen (Matadores de Velhinhas), fora as sempre fantásticas presenças de Gérard Depardieu, que aqui atua e co-dirige um dos curtas, e Juliette Binoche (Chocolate e Caché).

Cada curta acontece em um arrondissement, ou seja, uma divisão distrital de Paris. São histórias diversas: sujeitos comuns em situações comuns ou inusitadas, choques culturais, ruídos de comunicação, toques de surrealismo, realismo fantástico – aqui Juliette Binoche dá um show -, toques infantis, separação e até mesmo de terror com vampiros. Confesso, me apaixonei à primeira vista, muito mais do que por qualquer outro, pelo literalmente curto “Loin du 16e”, co-dirigido Walter Salles (e olha que não foi por patriotismo) e Daniela Thomas. Silenciosa, Sensível, Comovente e Ambígüa trajetória de uma doméstica latina a seu local de trabalho. É de chorar em curtos minutos de projeção.

Outro que me chamou a atenção foi o Tour Eiffel, de Sylvain Chomet (que já tinha ganhado meu respeito pelo mais que sensível As Bicicletas de Belleville), que explora a inocência do amor, com uma deliciosa atuação de mímicos e um garotinho apaixonante, que é capaz de fazer qualquer um sorrir.

Mas, para não deixar “menor” nenhum deles, vale dizer que todos carregam em si algo que desperta interesse, que desperta um certo encanto. O último curta, dirigido por Alexandre Payne (Sideways), é absolutamente melancólico, porém com uma personagem, uma turista rechonchuda e caipira dos Estados Unidos, que dá uma simplicidade e leveza tão grande ao texto que foi capaz de me fazer sentir o frescor do vento do parque da cena final. Fantástico!

Não precisaria dizer, mas... Eu mais que recomendo! Vale cada minuto de projeção!

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