terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Excesso
Em dias de desgaste, de desistência, de dúvidas se o ser humano é ou não uma experiência que não deu certo, me tranco entre os livros e acabo por bendizer todos os homens, todas as mulheres.
Bendigo a humanidade.
Bendigo cada palavra, e mais, mais, mais que a todos, bendigo os Poetas.
Minha estante guarda, ampara e nina a alma do mundo.
Fora dela, outros livros vivem espalhados sempre ao alcance dos meus olhos. Com eles, entre eles é que fico. É um caso de amor, gosto menos, gosto mais, me apaixono, não divido, não empresto, tampouco os quero emprestado, quero-os meus.
Interfiro com comentário, com riscos, deixo marcas de vinho ou chá. Visitá-los quando a borracha da distância já deu o ar da graça é sempre um reencontro comovente.
E minha velha e firme estante coloca à parede da casa, cheia de braços e silêncio, suporta, sem saber, aos livros e a mim.
Clarisse Abujamra em Excesso
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