Perfil solicitado para novas contratações

Engraçado como algumas pessoas conquistam o nosso carinho, admiração e repeito de maneira inesperada e utilizando toda a sua inteligência à favor. Ele foi assim. Chegou me torrando a paciência em relação à um cliente. Pensei logo de cara: impossível trabalhar com esse menino tão palpiteiro. Ô japinha chato!

Imagina só alguém falando em uma reunião tanto quanto eu???? Sendo mais rápido que eu para responder e-mails? Não, não viveríamos no mesmo espaço jamais. Daí veio uma pergunta antes de uma dessas reuniões, acredito eu que só para forçar uma tentativa de ser simpático: o que fez no fim de semana? Fui assistir Jogando no Quintal, conhece? Tá brincando! Já fui um milhão de vezes, até já fiz cursos com eles. Pronto, descobrimos uma afinidade. Depois outra. Depois mais uma. Depois mais outras tantas e, quando nos demos conta, iniciamos o ano seguinte com a mesma agenda, sem se quer ter mencionado a paixão por tal personagem.

Insuportavelmente parecidos e mesmo assim opostos. Formamos uma dupla, com toda a modéstia que nos é corriqueira, quase que desesperadora de tanto bom gosto. Um charme só!

Precisei descrever um pouquinho este achado dos tempos pós-modernos para utilizar, nas palavras dele, uma das melhores, e mais engraçadas, exigências de perfil para preenchimento de uma vaga de empregos:

"E não esqueça de perguntar de cara se ele é gay ou não. Péssimo garotinhos enrustidos!
Ah! E pergunta também se namora... Estou fora de complicação!!
Ah! E pergunta também se o celular dele é pós-pago... Não estou afim de ficar recebendo ligação a cobrar!
E, fundamental, pergunte se ele paga imposto de renda! De isento já basta eu!!!"

Na verdade, a vaga que ele quer preencher é outra. Acho que cansou de ser Samantha e está em busca da Carrie que existe dentro dele.

E viva as afinidades, as diferenças e os episódios de Sex and The City!

obs. Lê, espero que não se importe pela "exposição" dos seus anseios.

Sonhos de menina

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?

Sonho
risonho:

O vento sozinho
no seu carrinho.

De que tamanho
seria o rebanho?

A vizinha
apanha
a sombrinha
de teia de aranha . . .

Na lua há um ninho
de passarinho.

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?

Cecília Meireles

Homenagem à pequena Laurinha, filhota linda dos meus mais que queridos Letícia e Etto.

Universo do pensamento

"O livro que a gente está lendo reflete exatamente o que somos naquele momento,

o que estamos cutucando dentro do infinito universo do pensamento.

Portanto, é bom sempre afiar a pontaria".

Marcelo Tas

Dúvida: E agora? Começo qual dos muitos que estão à minha espera?

Homenagem ao Menino Azul

Enfim, você retorna de longa ausência com a mesma luz forte e perturbadora de sempre.
Menino danado. Chama atenção de todos por todos e para todos os poros de seu corpo.
Não cabe em si. Vaza. Transborda. Inunda. Transcende.
Ilude. Confunde. Confunde-se com outros. Confunde a todos. Confunde-se todo.
26 anos de tudo isso, de nada disso, de mais que isso. Disso?
Tempos novos, porém, inegavelmente, com repetições do mesmo.
Que sejam novos de novidades provocadas por suas atitudes novas.
Que sejam novos de sentimentos amadurecidos pelas experiências.
Que sejam de novas festas, até sem sair de casa. Dentro de você mesmo.
Que sejam de dúvidas certas, certeiras, solucionáveis, solucionadas.
– mesmo que parcialmente, mesmo que não tão rapidamente -
Que sejam de coragem, força e leveza.
Que sejam de amor e respeito.
Enfim, que sejam lindos! Que sejam seus novo tempos!

Parabéns, meu querido!

Fictício retorno à simetria

a fotografia é um tempo morto

fictício retorno à simetria

secreto desejo do poema

censura impossível

do poeta



Ana Cristina César

Uma caixinha de surpresas

E o jogo de número 200.7 que havia começado como qualquer outro, surpreendeu seus torcedores logo no primeiro tempo.

Não foi nos primeiros minutos do primeiro tempo, talvez porque assim tivesse sido fácil demais e a torcida não tivesse tempo para se familiarizar com o novo time.

Quando as unhas começavam a ser roídas e a torcida já começava a ficar preocupada com aquele mau tempo danado que havia aparecido do nada, o primeiro gol foi marcado.

Golaço, daqueles de encher os olhos e fazer a torcida levantar uma “ola” colorida e barulhenta.

O primeiro tempo de 200.7 ia chegando ao fim, já com cara de que não apresentaria mais mudanças e, de repente, GOLAÇO!!! Vish, este foi de encher os olhos d´água e dos torcedores gritarem seu amor ao time.

Intervalo animado, equipe unidade, entrosamento perfeito.

Segundo tempo começa com otimismo, os jogadores mostram sintonia, pertencimento ao time. Amor à camisa!

Sol, muito sol no corpo. A torcida já canta animada várias músicas ligadas àquele clima, acompanhadas pela energia dos batuques.

Faixas são estendidas. Está na cara que o time entrou para ganhar e a torcida sabe disso. Mas claro, o jogo é uma caixinha de surpresa, e os fogos só podem acontecer, quando o tempo limite vira.

Ele vai chegando ao fim. Outros gols foram marcados. Golaços acompanhados por manifestações calorosas, abraços por todos os lados.

Últimos minutos de jogo meio tensos, parece que o cansaço começou a bater. Mas, que nada, olha lá, os jogadores continuam rindo à toa e brincando com a bola.

Fim de jogo. Torcida em festa.

O campeonato dos campeonatos estava apenas começando.

Os ingressos para o jogo de número 200.8 já estavam esgotados!