quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Saudade

Amigas(os),
Penso eu que estamos ficando velhas(os).
Honestamente não encaro este fato com desespero. O que me desespera é o fator tempo, ou melhor, a falta dele.
A verdade é que tenho pensado bastante nisso e a conclusão que cheguei, dentre tantas, é que não adianta mais lutar contra ele, mas sim, a favor dos pequenos prazeres da vida e das grandes amizades.
O tempo para certas coisas que parecem banais acaba diminuindo gradativamente, dependendo ou não da nossa vontade. Imagino que este fato se reverta quando chegamos em uma idade mais avançada, e até sobre tempo para nos queixarmos de não termos nada para fazer. Mas até lá, melhor é aprender a lidar com esta questão.
Trabalho, estudo, namoro, casamento, filhos. Enfim, a vida, os hormônios, o caos!
Tenho sentido falta de vocês por conta do longo tempo que fico sem vê-las(os). Ou melhor, pelo longo tempo que ficamos sem nos ver com o objetivo de nos divertirmos. Irmos à um bar, um café, à Zepa, à 25 de março ou até mesmo conversarmos mais ao telefone. Sinto falta de saber coisas rotineiras de vocês e de contar também algumas pequenas coisas de minha vida.
Parece que a gente foi deixando isso acontecer na primeira semana, no segundo mês, no terceiro trimestre e, agora, vejo que o encontro se tornou um evento quase que impossível de ser realizado. Quase que um encontro de estranhos, como já alertou Bauman. A comunicação anda restrita, quase que silenciosa.
Enfim, desabafo para mim mesma. Um desabafo que carrega uma enorme parcela de culpa minha.
Sentimentalismo barato, talvez. Mas muita saudade da presença física de vocês em minha vida.

3 comentários:

Denise Freitas disse...

Cá,

Compartilho desse sentimento também. É tanto que diariamente entro no seu blog para, pelo menos por posts, saber mais da sua vida, já que você em palavras traduz exatamente a Cá amiga, ex colega de trabalho e de carona.

Não é sentimentalismo barato. Também sinto. Os dois: saudade e culpa.

Bjão,

Thais Hannuch disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thais Hannuch disse...

Não que não exista verdade nisso. É fato que o tempo e a vida amalucada vai consumindo nossas antigas rotinas, nossos velhos prazeres. Em contrapartida, nos entrega novas coisas, descobertas preciosas de significados. A distância física machuca sim, mas a certeza das escolhas feitas compensa parte dessa dor chata. Resta respirar fundo, esticar um pouco mais as horas e aproveitar aquilo que conseguimos ter neste momento da vida.